Sempre li os gibis do Maurício de Sousa, mas me surpreendi com a profundidade dessa tira do Horácio, mesmo para os padrões filosóficos das tiras desta grande personagem.Confira:
Naquele dia, não tinha o que fazer. Cansado das futilidades da internet, resolvi fazer algo diferente e entrei em uma sala de bate-papo espírita. Há algum tempo o espiritismo vinha chamando minha atenção, já que durante minha vida sempre tive experiências que essa religião parece ter mais capacidade de lidar.
Entrado lá, bloqueei os típicos flooders (pessoas que postam indiscriminadamente, apenas para poluir a sala) e conversei com algumas pessoas. Uma delas é meu amigo virtual até hoje. Outro se anunciou dizendo que qualquer iniciante que estivesse por lá querendo conhecer mais sobre o espiritismo poderia falar com ele. Após responder algumas perguntas minhas, ele colocou um link de um vídeo do Youtube. Era uma apresentação de uma dupla musical.
Após assistir todo o vídeo, perguntei: "a música é linda, algum motivo especial para você indicá-la para mim?". Ele respondeu: "Foi meu anjo da guarda que me inspirou a fazer isso".
Exopolítica, em termos simples,
seria uma política de relações diplomáticas entre os humanos e seres de outros
planetas/dimensões.
É verdade que isso não é tratado
com a seriedade devida mesmo entre os que acreditam que esse tipo de relação
existe.
Porém, isso não é tão descabido
como alguns podem supor.
Pesquisas históricas revelam que
desde as primeiras civilizações da Terra, contatos no mínimo estranhos
acontecem. A sabedoria antiga também insinua que os humanos possuem sim algum
tipo de relação com outras civilizações inteligentes. Essa relações, de uma forma ou outra, geram consequências importantes para o desenvolvimento (ou destruição) de civilizações humanas.
Podemos já extrair alguma coisa
da eterna relação entre humanos e deuses. A maioria dos deuses antigos são
seres sábios e possuem um poder acima dos humanos, mas não são lá muito divinos
– não no sentido de onipotência e misericórdia. Geralmente são disciplinadores e
fazem o que bem entendem com os humanos
.
Pinturas rupestres indicam visões
nos céus de objetos muito similares com os UFOs vistos pelo homem moderno.
Os mitos hindus e hebreus, volta
e meia, relatam carruagens no céu. Seres metálicos de mil olhos. Vórtices ou feixes de luz que levam os
escolhidos a encontros “divinos”.
Profeta Ezequiel e suas experiências peculiares
A grande maioria dos nativos norte-americanos
fala de “visitantes das estrelas” que lhes passam instruções que levam ao
progresso daqueles povos. Os índios Hopi, do Arizona, e civilizações
adjacentes, relatam a existência dos Katchinas, seres que viajam pelo ar
através de objetos em formato de disco.
Os incas e maias possuíam uma
preocupação enorme com o que os deuses viam lá do céu. Basta ver as linhas de Nazca, para notar que aqueles povos realmente tinham um objetivo muito claro de
comunicação com os deuses não no sentido meditativo, mas realmente físico.
As forças aeronáuticas de todos os países possuem pelo menos um caso estranho de avistamento ou contato com naves
de notada tecnologia superior. Ninguém sabe se possuem uma improvável origem
terrena ou, de fato, extraterrena.
Claro que essas ocorrências não
provam nada. Mas, é um fenômeno que acompanha a humanidade desde seus primeiros
tempos e não custa nada (no sentido de obtenção de conhecimento) pesquisar.
A exopolítica, atualmente,
refere-se ao suposto contato que alguns governos possuem com civilizações não
humanas para os mais diversos fins. É impossível, no momento, termos certeza que esse tipo de coisa exista. Se existir, é algo muito sério e
desconcertante.
Mas, não são poucos os casos em que as autoridades terráqueas omitem e deturpam ocorrências importantes de contatos entre extraterrestres e humanos.
Vejamos o caso Varginha, por
exemplo. Restou claro para quem acompanhou os fatos na mídia que algo muito,
mas muito estranho ocorreu naquela cidade mineira. Para quem não lembra, o caso
refere-se a uma série de avistamento de OVNIs e até mesmo de seres naquele
local.
O exército, bombeiros e
policiais, aparentemente, colheram coisas importantes naquela época. Mas, a
população só recebeu o silencio das autoridades. Ufólogos eufóricos, de
repente, emudeceram-se. Quase uma década depois, surge um inquérito cujo teor é
uma ofensa à inteligência humana, com uma desculpa mais esfarrapada que a do
caso Roswell (EUA). O que escondem?
Essa criatura causou problemas em Varginha...
Todos os casos geralmente
terminam como alvos de chacota. Uma conveniência para os exopolíticos?
O post atual tem apenas o intuito
de lhe explicar e lhe atrair para o tema. Em posts futuros, não necessariamente
sequenciais, vou postar casos e documentários que fará você ver que o assunto
não é ficcional ou ingênuo. Mas, não perca tempo. Comece já a rever os casos
citados e veja se não tem algo muito intrigante nisso tudo.
Outro dia li um texto (fonte
abaixo) em que um budista dá um verdadeiro tapa na cara dos cristãos.
Eu, como tive formação cristã,
tive que oferecer minha outra face. Até porque o budista não deu o tapa como um
ato violento, mas daqueles que a gente dá no outro para fazê-lo despertar.
Muito do que ele diz é verdade. O
cristianismo, como a maioria das religiões, funda-se bastante no medo e na
dúvida.
Ele compara o nosso louvor a uma
espécie de neurose. Convenhamos que nossa atitude cumpre bem os requisitos para
ser considerada como tal. Falamos e louvamos um Deus que não sabemos ao certo
se ele está ali. Nós cremos que sim, mas tal postura, no fundo, sempre
alimentará a dúvida.
Cristão tem mania de perseguição,
sempre anda pesado com a culpa por não entender o que se passa ou quais os
verdadeiros desígnios de Deus para sua vida. Acha que se fugir um pouco dos
limites impostos pela igreja, estará a mercê do mal (falando nisso, leiam um
ensaio que eu fiz sobre o diabo neste LINK).
Um Deus que ama, mas ao mesmo
tempo nos deixa expostos a todo tipo de incerteza. ”Fiquem alertas, pois nunca
se sabe a hora final” (ou algo do tipo). E ainda por cima, no final, julgará as
pessoas de acordo com a sua obediência.
Percebi que, mesmo sendo cristão,
minha opinião é semelhante a do budista. Deixamos de ser discípulos de
Cristo para sermos um bando de neuróticos. Seguimos loucos querendo obedecer a
um livro que não se ajusta mais totalmente a nossa realidade. Temos medo uns
dos outros, nos dividimos e achamos mais salvos do que os outros (inclusive entre
nós mesmos, da mesma crença!).
Certamente, não era bem essa a
ideia de Jesus quando veio nos deixar sua mensagem. As igrejas cristãs possuem
um histórico problemático envolvendo questões políticas e econômicas o que
possivelmente resultou na bagunça que temos hoje.
Só não concordo quando o budista
fala que o mundo seria o mesmo sem Jesus. Quem capta sua mensagem pode se
transformar em algo belo e seu auxílio espiritual é enorme. Mas, infelizmente,
nós mesmos estamos alimentando essas impressões dos outros religiosos.
As pessoas parecem não ter noção do real poder
que Jesus nos deu. Sugiro a você a fazer uma releitura da mensagem de Cristo e
compará-la a seus hábitos ou a que sua igreja prega. Talvez você possa se
surpreender com os resultados.
Quando você pelo menos pensa em
tentar enxergar a essência das coisas, você muda completamente sua visão sobre
o mundo.
Isso ocorre porque você percebe
que o mundo externo é cheio de rótulos e que a aparência nem sempre corresponde
à verdade.
O primeiro passo é o mais
problemático, mas inevitável: para entender a essência do que está ao seu
redor, você precisa conhecer a própria essência.
Já parou para pensar por que você
é de determinado jeito? Todo mundo sabe que nossa personalidade é fruto de
nossas interações com o meio, mas será que é apenas isso? E se não fosse essa
interação, o que seríamos?
Deve haver alguma fonte, um
momento em que estávamos puros.
Quando comecei a buscar a minha
essência eu passei a entender melhor as pessoas – talvez, até mais do que a mim
mesmo. Eu finalmente comecei a entender por que as pessoas agiam de determinada
forma. Eu podia distinguir o que as afetava e o que poderia me afetar.
Essa interação ocorre, a meu ver,
porque somos todos um. Sim, o esoterismo deve estar correto. Passamos pelas
mesmas coisas, mas com facetas diferentes. É tudo uma grande experiência coletiva.
Quando você muda o foco do
externo para o interno, acaba percebendo que coisas como julgamento e
preconceito são inúteis. Focar sempre no externo nos deixa mais vulneráveis a
sua influência, e não temos controle da situação.
Não é tarefa fácil, pois na sua
viagem ao interno você terá que se deparar com coisas não muito boas a seu
respeito ou do que fez.
Mas, entenda que para a pessoa
obter a iluminação (ou seja, o conhecimento, ou pelo menos mais liberdade nesta
vida), todo esse trajeto é necessário. O final recompensa. Erros são diluídos.
Pensamentos são elevados. A vida fica muito mais leve.
Recomendo que você faça uma
viagem a sua essência. Provavelmente, não chegará ao seu destino em um dia ou
dois. Ou em um ano ou dois. Tudo bem, não há pressa. O tempo é uma ilusão. Cada
ponto que você atinge da rota, será um bom lugar para repousar e continuar no
dia seguinte.
Acho que ainda não cheguei ao meu
ponto final do meu misterioso destino. Mas, vi cada coisa que fez a viagem
valer a pena desde já.
"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil;
Se não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil;
Se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil;
Se conhecer o sentido das criações humanas na arte, nas ciências e na política for útil;
Se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil;
Então, podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes"
Quero “reinaugurar” meu blog
postando um documentário interessante sobre Caim e Abel. O vídeo está no
final do post.
Como eu sei que a preguiça
reinará em alguns – o documentário é extenso -, vou colocar aqui um resumo do
trabalho da Discovery Channel.
Como todo mundo sabe, Caim e Abel
foram filhos de Adão e Eva, o primeiro casal do mundo, de acordo com a tradição
abraamica, da qual se desenvolveu as atuais religiões judaicas, cristãs e islâmicas.
De acordo com o Genesis, na bíblia
cristã, Caim era agricultor e Abel, pastor de ovelhas. Em um belo dia, ambos
resolveram fazer uma oferenda a Deus, aquele com parte da colheita de seu
trabalho e este com o primogênito de suas ovelhas. O Senhor, por razões não
muito claras, preferiu a oferta gordurosa de Abel, despertando ciúmes
e indignação a Caim.
Revoltado, Caim convida Abel para
dar uma volta ao campo e lá mata seu irmão. Pronto, resta configurado o
primeiro homicídio da história (pelo menos de acordo com essas religiões).
Deus, então, castiga Caim pelo seu crime, obrigando-o a levar vida errante.
Para que Caim não fosse atingido pela ira das demais pessoas – outro ponto
polêmico, já que fora aquela família não haveria como ter outras pessoas pelo
mundo-, Deus lhe dá um sinal para sua “proteção”.
No presente documentário, vários
estudiosos discutem a origem da história e por que as coisas se sucederam de
tal forma. Por que Deus preferiu a oferta de Abel? Se naquela época nunca
houvera assassinato, como Caim teve a ideia de fazer isso? Que sinal foi esse
que Deus deu a Caim? Como se pode ver a Bíblia mais complica que explica.
Na religião islâmica, o alcorão
traz uma versão mais detalhada do conto de Caim e Abel (os árabes sempre foram
bons contadores de história, não me estranha eles terem uma versão mais “completa”. Há o fato temporal também, são textos mais recentes que o Genesis). O fato de Deus não ter se agradado da oferta de
Caim é que ele já alimentava maus pensamentos dentro de si. É que Caim era a
fim de uma irmã, a qual já estava comprometida com Abel. O pobre Caim não tinha
muita sorte comparado ao irmão, por isso o ciúme não foi uma coisa repentina.
Nessa versão, o diabo (sempre
ele) é quem ensina a Caim a como proceder no crime.
Agora, a parte mais interessante.
Os egípcios, antes da codificação dos textos hebraicos, já possuíam uma lenda
um tanto familiar: os deuses Osíris e Seth eram apaixonados por uma irmã, Ísis,
sendo que o primeiro tinha conquistado o coração da deusa. Seth, além da
frustração amorosa, dominava apenas o deserto, enquanto Osíris dominava o Egito
e a agricultura tendo, portanto, mais prestígio. No fim, Seth acaba com o
Osíris e o divide em várias partes, espalhando-as pelo mundo.
Que tal irmos mais longe na
viagem ao passado? Segundo registros arqueológicos, houve ainda na era
neolítica (que inicia há uns 10.000 anos antes de Cristo), período em que os
humanos passam pelo processo de sedentarização e passam a dominar a
agricultura e a domesticação de animais, um conflito violento entre pastores e
lavradores. Tal feito só foi registrado muitos anos depois, pelos sumérios,
povo que desenvolveu a primeira forma de escrita conhecida.
De acordo com a lenda suméria, o
deus-pastor Tamuz também tinha uma paixão pela deusa Inanna, que era cobiçada
pelo deus da agricultura, Enkidu. Os três eram irmãos.
Desta forma, dada a semelhança
das histórias, provavelmente temos as raízes do surgimento do mito de Caim e
Abel.
O documentário também aborda os
problemas oriundos do sinal de Caim. Ninguém sabe ao certo que sinal foi esse,
mas muitos já cometeram atrocidades por conta disso. Muitos defenderam que o
sinal de Caim era a cor de pele negra, outros associavam à descendência
judaica. Esses povos sofreram muito por causa dessa especulação barata, que foi
conduzida por interesses políticos e econômicos disfarçados de legitimidade moral e espiritual.
No mais, é muito provável que a
história dos irmãos Caim e Abel seja uma revisão de antigas lendas sumérias e
egípcias que, por conta do seu significado, deve ter sido absorvida pelos
hebreus. É um fato irônico, já que muitos condenam certas
práticas católicas ou de outras culturas por serem revisões de hábitos pagãos
(a veneração à Virgem Maria, por exemplo, associada ao culto de deusas antigas)
e, no fim, a própria Bíblia se alicerça nessas culturas “rivais” dos seus próprios
escritores.
Por fim, uma análise simbólica: O primeiro crime do mundo ser representado na Bíblia com um fratricídio não foi por acaso (embora não houvesse muitas opções nas circunstâncias desta história). É uma alegoria na qual todo mundo deve ter a consciência de que quando lesionamos alguém, lesionamos um irmão. Além disso, quando Caim fala a Deus que não é tutor/guarda do seu irmão (Gn 4:9) indica a tendência humana de não se importar com o outro, de não se sentir responsável pelo o que acontece com o nosso semelhante. Também demonstra a indisciplina humana quanto às emoções, que levam o homem a cometer atos vis e inconsequentes. Até hoje, os irmãos se matam pelos mesmos motivos egoístas e intolerantes.