Ensaio sobre o diabo

Olá, amigos. Ressuscitei meu blog! Desta vez, vou fazer o possível para mantê-lo sempre atualizado. 

Bem, o assunto de hoje não é lá muito "bonito", mas já faz um tempo que queria falar sobre isso.

Hoje falaremos sobre o diabo.

Antes de escrever esse artigo, eu dediquei um bom tempo lendo alguns textos e obras que falam dessa controversa personagem. Mas, mesmo sendo textos interessantes, percebi que minhas conclusões anteriores não deveriam (ainda, pelo menos) serem mudadas.

Bem, por que resolvi falar sobre isso? Afinal, meu Blog, como vocês sabem foi criado para compartilhar mensagens de sabedoria e experiências de vibrações superiores. Ou seja, só coisas positivas e energizadoras. 

Em primeiro lugar, um dos compromissos principais que tenho com esse blog é com a VERDADE e o CONHECIMENTO. Minhas convicções são baseadas no conhecimento, na busca pela verdade, por mais que alegadamente seja algo subjetivo (quem sabe faço um ensaio sobre a verdade, qualquer dia?).

O diabo, de uma forma geral, é visto como o "pai da mentira". Esse título inclusive foi basicamente o que o próprio Mestre Jesus deu ao capeta no Evangelho. Esta criatura, segundo a crença popular, está por trás de toda desgraça e ruindade que esse mundo experimenta. Ela tenta seduzir o homem a seguir caminhos contrários aos estabelecidos por Deus, com o simples intuito de prejudicá-lo. É também considerado um anjo rebelde que, por birra e soberba, decidiu prejudicar toda a obra divina e tirar o ser humano do bom caminho.

O infeliz atormenta a raça humana desde sua criação. Seduziu Eva para comer a maçã proibida e ainda induziu-a a provocar Adão a fazer o mesmo, fazendo os humanos rolarem escada abaixo quanto à sua integridade.

Certo. Basta um pouco de reflexão sobre todas as artimanhas atribuídas ao demônio, para vermos que tem coisas que não fazem muito sentido. Na verdade, é lamentável o quanto essa personagem teve destaque durante a história da humanidade. Simplesmente não faz sentido.

Me impressiona cristãos darem tanto poder ao diabo. Ouso dizer que muitas vezes alguns equiparam-no a Deus. Sim, afinal se o diabo tem o poder de curar, de se disfarçar de Virgem Maria, de lhe garantir fortunas, de lhe proporcionar visões sobre o futuro, de "desviar" sua sexualidade, de lhe infligir doenças e toda sorte de infortúnios, e muito mais, essa criatura é praticamente um deus, não acham? Tudo isso apenas por uma maldade gratuita e desejo de condenar nossa alma (gratuita, afinal a birra dele com Deus não seria problema nosso, seria?).

É engraçado que algumas igrejas condenam a atribuição de poderes a anjos e santos, mas conferem muito mais ao diabo que é, segundo a doutrina cristã, nosso inimigo ferrenho.

Bem, de acordo com minhas impressões, a figura não passa de mera alegoria. Ele é, na verdade, um bode (!) expiatório para representarmos nossas próprias imperfeições. O diabo vem sendo uma personagem para tocar o terror nas pessoas para que permaneçam cativas às instituições religiosas, locais onde se ensina a como deixá-lo bem longe de sua vida. 

Vejam, Deus é o todo-poderoso. É a Fonte de tudo que existe nesta e em possíveis outras realidades. Seu padrão elevadíssimo, muito além da nossa capacidade de mensuração, não comporta coisas inferiores (maldade). Deus está do nosso lado. Quer nossa evolução e a famosa salvação (ou ascensão ou iluminação).

Qual o sentido dessa Fonte criar uma entidade inimiga e de tais poderes? Por que um ser tão elevado se prestaria a participar de uma rixa pessoal com uma criatura sua? Deus nos livra de tantas coisas ruins, porque ele simplesmente não apagaria do "mapa" uma entidade que serve unicamente ao mal?

Nosso próprio conceito de "bem" e "mal" parece simplório perante Deus. Não acho que consigo explicar, mas Deus é acima do que é bem ou mal, já que estas coisas, na maior parte, são frutos de impressões nossas. O que é bom ou mal, na prática, depende muito mais do nosso critério do que algo absolutamente convencionado - e a história da humanidade não me deixa mentir. É complicado explicar, mas é mais ou menos isso o que acho.

Desta forma, a origem do mal não repousa em uma entidade maligna, mas na própria ignorância humana. Não sei bem o que aconteceu com a nossa "queda", já que isso envolve até mesmo a compreensão do sentido da vida, algo que esse ensaio jamais conseguiria decifrar, mas foi com ela que nos cegamos para o Bem Maior do Universo. Será que teve alguma serpente nesse meio? Talvez, mas não sei até que ponto ela seria um ser real, talvez seja mais um símbolo do real motivo da nossa derrocada. 

O que importa nesse momento é entender o seguinte: o diabo, ainda que existisse, jamais disporia de poder de destruir o mundo. O capeta não é onipotente e onipresente como Deus, tampouco tem o mesmo poder.

A Terra pode ser considerada como reino dos homens. Assim, além de Deus, apenas os próprios homens pode destruí-la. Associarmos nossas falhas e pecados exclusivamente a influências diabólicas é negarmos nossas responsabilidades. Se não administramos bem nossos instintos e emoções, a culpa é nossa e de mais ninguém. Assim, as guerras, os desrespeitos, a violência, intolerância, etc, não foi ninguém que botou na nossa cabeça (ou pelo menos não alguma entidade exclusivamente destinada para tal), mas sim ocorrem porque qualificamos mal nossa energia criadora, nos dada generosamente pela Fonte.  

Assim, o diabo me parece mais uma representação psicológica que criamos para taxarmos nossas próprias imperfeições (já ouviram falar em enfrentar os próprios demônios?) do que uma entidade em si. O símbolo do mal invisível que nos ronda, mas que foi emanado de nossas próprias confabulações e interpretações errôneas sobre o mundo.

Agora, não descarto, embora não acredite muito, a existência de entidades mal intencionadas ou ignorantes (talvez fruto da própria Terra) vagando por aí, mas jamais elas teriam o poder de controlar o mundo ao caos como supostamente o diabo faz. Elas seriam tão "más" quanto as almas aqui encarnadas, ou seja, ignorantes e desorientadas, mas não essencialmente malignas. Talvez, a maldade seja uma consequência natural e transitória do nosso atual nível. Por isso, a necessidade de nos elevarmos...

Acredito que quando os homens verdadeiramente cultivarem o Amor em seus corações e absorverem integralmente os Ensinamentos Crísticos, não vai ter "diabo" que os corrompa. 

Com isso concluo esse ensaio. É um tema longe de ser esgotado, mas isso fica para outros posts.

Fiquem com Deus!